SESC Osasco promove um mês de cultura e arte na cidade

Gilberto Gil e MPB4 são as maiores atrações, entre muitos espetáculos e atividades

O SESC-Osasco preparou uma programação diversificada para o mês de maio, com apresentação de música, teatro infantil, workshops, teatro de rua, literatura, e contação de histórias em vários espaços públicos. A Banda MPB4 inicia as atividades no dia 4 de maio e o cantor Gilberto Gil encerra a programação, dia 24. Todos os espetáculos são gratuitos.

Música

MPB4

O grupo, que já tem 43 anos de carreira, firmou-se como o mais importante do Brasil. Toda uma geração cresceu ouvindo seu canto, que transformou algumas interpretações em marcos da música brasileira contemporânea. E 2009 começa muitíssimo bem para o MPB4, mais um ano em que o grupo continuará cumprindo seu papel de interpretar o que de melhor se cria na música brasileira. No show serão apresentados os mais recentes trabalhos, bem como os grandes sucessos que marcaram a carreira do grupo, formado por Miltinho, Magro, Dalmo e Aquiles.

Dia 4 de maio às 20h30
Teatro Municipal de Osasco
Av. dos Autonomistas, 1533.
Duração: 80 minutos
Não recomendável para menores de 10 anos
Os ingressos deverão ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes do show.

GILBERTO GIL

O cantor e compositor traz o Banda Larga, seu show mais recente, para a Concha Acústica da FITO. Explorando e se engajando mais um pouco na revolução digital, tema de muitas de suas canções desde o início da carreira: e, Tropicália, com Cérebro Eletrônico e Futurível (1969), passando por Cibernética (1974), Parabolicamará (1991), e desaguando, em 1997, no álbum duplo Quanta, que reuniu boa parte de suas reflexões sobre arte/ciência e as novas tecnologias.

Duração: 80 minutos
Dia 24 de maio às 18h
Concha Acústica da FITO
Av. das Flores, 711 – Jardim das Flores
Gratuito, para todas as idades.

Teatro de Rua

Ano da França no Brasil

Comandos Poéticos

CIE LES SOUFFLEURS. (Os) S o u f f l e u r s propõe uma metáfora poética para uma circulação de informações anônimas, sussurrando segredos poéticos, filosóficos e literários no ouvido das pessoas, através de instrumentos que lembram canos ocos, em uma atitude ao mesmo tempo carinhosa e provocativa.

Duração: 90 minutos
Dia 6 de maio às 17h
Calçadão da rua Antônio Agu (em frente ao Osasco Plaza Shopping) – Centro
Para todos os públicos. Grátis.

PROCESSOS DE CRIAÇÃO NO TEATRO DE RUA

Cia. São Jorge de Variedades

Oficina que vai trabalhar as técnicas vocais e corporais mais utilizadas no teatro de rua
Dia 19 de maio
espetáculo às 11h e às 16h30
oficina das 13h30 às 15h
Escola de Artes César Antônio Salvi.
Rua Tenente Avelar Pires de Azevedo, 360 – Centro
Grátis

SANTO GUERREIRO E O HERÓI DESAJUSTADO

CIA SÃO JORGE DE VARIEDADES.

Uma companhia de teatro, caminhando há séculos em busca do mar, chega à metrópole. É neste imenso “oceano” que ela vem apresentar a história de Dom Quixote e de São Jorge Guerreiro. O honrado fidalgo Quixote, em sua luta individual e solitária, enxerga na grande cidade a imagem da sua amada Dulcinéia. Seus nobres ideais entram em conflito com as regras e leis que regem a metrópole; Quixote e Sancho Pança, então, acabam perdidos, inadaptáveis à contemporaneidade. São Jorge, o santo popular, vem resgatá-lo e revelar a importância da coletividade que ainda pulsa na cidade. O roteiro se desenvolve como num desfile de escola de samba, com carros alegóricos em forma de barco, diferentes alas e samba-enredo.

Duração 100 minutos.
Dia 20 de maio às 11h e às 16h
Calçadão do Osasco Plaza Shopping
Rua Antônio Agú – Centro
Não recomendado para menores de 10 anos. Grátis.

LITERATURA
Instalação Cênica

SERTÃO NO MEIO DO REDEMOINHO

O projeto Sertão no Meio do Redemoinho tem como proposta fazer uma leitura contemporânea e urbana da obra de Guimarães Rosa, entrecruzando o sertão imaginário e poético presente na sua obra maior, Grande Sertão: Veredas , e disseminado por toda sua composição, com as ruas e praças movimentadas da cidade de São Paulo e algumas outras cidades do Estado. Uma performance contínua, com a duração aproximada de 8 horas, um fluxo de pequenas cenas, onde os espectadores podem descobrir e vivenciar a imensidão e dimensão da obra. Sertão no Meio do Redemoinho é composto por 15 cenas, com a duração de aproximadamente 30 minutos. São como um grande quebra cabeça, onde cada capitulo, cada trecho, é conectado e, ao mesmo tempo, independente de toda a performance.

O espectador opta pelas oito horas ou por cinco minutos e, em qualquer uma destas durações, experimenta e descobre a fecundidade e força da poesia da obra do autor. Cada uma com um título baseado nas obras e nos contextos da obra: Nonada, de um jagunço; das coisas de deus e do outro, encontro dos chefes, reencontro, de uma travessia, homem humano, o pacto, uma gira, de uma batalha e dos cavalos, dos amores, da guerra, da morte, Nonada. Participação de atores, contadores de história e bordadeiras de Cordisburgo, Minas Gerais. O Grivo, Ronaldo Fraga. O espetáculo foi idealizado e dirigido por Andrea Caruso Saturnino e Ricardo Muniz Fernandes.

Duração: 8 horas em cenas intercaladas
Dia 14 de maio das 11h às 19h
Calçadão da rua Antônio Agu (em frente ao Osasco Plaza Shopping) – Centro
Livre para todos os públicos. Grátis.

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

DIVERTISTÓRIAS
CIA. TRUCKS.

Uma atividade de “contação de histórias” por Henrique Sitchin, ator, escritor e bonequeiro, atual diretor da Cia. Truks de Teatro de Bonecos e do Centro de Estudos e Práticas do Teatro de Animação de São Paulo. Os contos Era Uma Vez Uma Princesa e O Carro De Anastácio são o objeto desta agradável experiência. A narração da história se transforma em verdadeiro brincar. Cria um jogo constante entre o real e o imaginário, ao transformar objetos de uso cotidiano em fantasiosos personagens.

Duração: 45 minutos
Dia 6 de maio às 10h.
Local Auditório da Biblioteca Monteiro

Av. Marechal Rondon – Centro
Retirada de ingressos no local meia hora antes do espetáculo.
Essa atividade será melhor aproveitada a partir de 6 anos. Grátis.

TEATRO INFANTIL

E SE AS HISTÓRIAS FOSSEM DIFERENTES!

CIA. TRUCKS.

Trata-se de um interessante recurso técnico que mistura bonecos com desenhos que são produzidos ao vivo, em cena. O ator tem, à sua frente, uma versátil mesa de trabalho, equipada com lápis de cor, tintas e papéis de cores e texturas variadas. Conforme a história se desenrola, ele monta cenários, desenha situações e climas que, através de uma câmara de vídeo, colocada sobre a mesa, são registradas e lançadas por um projetor para um telão onde, por sua vez, surgem figuras – bonecos de sombras, a interagir com as imagens projetadas. É contada, então, a divertida história de um planeta cujos habitantes são exatamente como se imagina que sejam. Como assim? Ora, simples: Se os imaginarmos muito altos, eles automaticamente ganham altura, se os imaginamos gordos, imediatamente engordam, se os imaginamos com pintas roxas no rosto, elas na hora pipocarão em suas faces. Se ali a chuva cai de baixo para cima, ora, é exatamente o que passa a acontecer.

Duração: 50 minutos
Dia 6 de maio às 16h
Escola de Artes César Antônio Salvi.
Rua Tente Avelar Pires de Azevedo, 360 – Centro
Para todos os públicos.

WORKSHOPS
INVENÇÃO DE HISTÓRIAS

Cia. Trucks.

Uma mala, contendo os mais variados objetos, como sapatos, lenços, utensílios domésticos, ferramentas, etc., será posta à disposição dos participantes, divididos em grupos de trabalho. A partir de uma sugestão da forma ou própria função do objeto, cada grupo escolherá suas peças que, imediatamente, servirão para identificar um personagem. De forma sutil e divertida, a atividade desvendará cada um dos elementos da narrativa ao decifrar onde vivem os personagens, o que fazem, do que gostam e desgostam. Em um segundo momento serão criadas relações entre os personagens desenvolvidos, e criados conflitos que servirão como “propulsores” das histórias finais.

Dia 6 de maio às 11h.
Auditório da Biblioteca Monteiro
Av. Marechal Rondon – Centro
30 vagas. Para crianças de 6 anos a 12 anos

TÉCNICAS DE ANIMAÇÃO

Cia. Trucks.

Workshop em que serão realizados exercícios diversos de animação de bonecos, figuras e objetos, bem como o estudo de procedimentos necessários ao ator manipulador. Serão feitos os seguintes exercícios: investigação do poder expressivo das mãos e investigação da transferência de energia vital do cérebro e do coração para as mãos do ator. Retirar ingressos no local meia hora antes do início da atividade.

Dia 6 de maio às 14h.
Escola de Artes César Antônio Salvi
Rua Tenente Avelar Pires de Azevedo, 360 – Centro
Para todos os públicos. 30 vagas

Vanessa Lau

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura de Osasco

Check Also

Osasco comemora seus 51 anos com uma programação extensa

Osasco chega aos 51 anos de emancipação político-administrativa como a 4ª cidade mais rica do …

One comment

  1. Cultura visual-instrumento de cidadania
    Ivone Boechat

    Na Antiguidade, o profeta Habacuque, que viveu 600 anos antes de Cristo, previu o valor da mensagem escrita em tábuas, como ele mesmo recomendou que se fizesse, ”para que lesse aquele que correndo passasse por ali”. É, sem dúvida, a contribuição do cientista prevendo a ditadura da pressa e o poder da arte objetiva na comunicação de um outdoor.
    Confúcio (551-479 a.C), sabendo que a arte explica a filosofia através de símbolos e mitos, ensina que “a educação do homem deve começar pela poesia, ser fortificada pela conduta justa e consumar-se na música”.

    Ao longo dos anos, com a evolução científica, o valor das artes na educação se confirmou com tanta veemência que permite ao educador a interpretação de poesias, músicas e metáforas e inseri-las na sua rotina pedagógica para enriquecer e estimular a descoberta.

    Michelangelo (1475-1564) afirmava: “Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a veem”. Ao terminar de esculpir sua obra Moisés, disse: “Eu apenas o libertei da pedra. Não faço esculturas; na verdade, elas sempre estiveram lá. Eu apenas retiro os excessos”.

    O educador vê muito além das marcas deixadas pela herança genética, das tendências e dos traumas. Ele vai se preparando para buscar todos os recursos que possam ajudar a restaurar o homem, a burilar seu caráter, a reproduzi-lo. As artes têm um manancial de opções para aperfeiçoar o homem, ampliar sua visão e torná-lo capaz de tecer uma nova perspectiva de vida.

    Kant (1724-1804) revela que “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”.
    A humanidade muitas vezes é pressionada por avisos, banners, propagandas, fotos, pichações, ilustrações, slides, tatuagens, comerciais, filmes, roupas personalizadas capazes até de convencer o que é moda, o que é chique, o que é moral. O processo de coerção, antes lento, sem imagens, se escancarou aos olhos do mundo, ao vivo, em tempo real, sem autoria, anônimo. É aí que se sente a falta do educador, orientando, selecionando, criticando. É preciso ensinar a ver! Essa postura se torna uma emergência, porque os analfabetismos se atropelam na estrada do avanço tecnológico da informação. Que se implante a cultura visual.

    Como está na revista Nova Escola, “A Cultura visual – nome desse novo campo de estudo – propõe que as atividades ligadas à arte passem a ir além de pinturas e esculturas, incorporando publicidade, objetos de uso cotidiano, moda, arquitetura, videoclipes e tantas representações visuais quantas o homem é capaz de produzir. Trata-se de levar o cotidiano para a sala de aula, explorando a experiência dos estudantes e sua realidade”.

    Belidson Dias diz que “Arte-educação passa por uma mudança radical em direção à educação da cultura visual ao desenvolver novas práticas, epistemologias, identidades, subjetividades, agências e entendimentos do cotidiano. Sugere que a inclusão da educação em cultura visual possa dar visibilidade e efetivamente auxiliar a compreensão das representações visuais de gêneros e sexualidades na sociedade”.

    Nas depressões sociais, a arte se apresenta como válvula social para amenizar as pressões.
    Goethe (1749-1832) afirmou que “Não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte”.

    A educação está desafiada a acelerar seu ritmo na olimpíada pedagógica, chegar primeiro e, competentemente, preparar as emoções da sociedade, ajudando-a a tomar posse das conquistas, decifrar mistérios e prosseguir.

    Partindo do pressuposto de que educar é provocar, a educação tem como objetivo sensibilizar o homem para despertar e mobilizar suas potencialidades. Jamais um projeto será pedagógico se ele reprimir, discriminar, bloquear a criatividade. Picasso (1881-1973) advertiu: “Toda criança é um artista, a educação deve mantê-la artista mesmo depois de crescida”.

    A humanidade exige a presença de “alfabetizadores” capazes de ajudá-la a ler e a interpretar não somente o código de redes, sites, Twiter, MSN, e-mail, Facebook, blogs, Orkut, mas sobretudo tornar-se um alfabetizado social, ou seja, um letrado cultural para interpretar a cultura das épocas, e, principalmente, produzir ciência para transcender, como concluiu Nietzsche: ”Temos a arte para não morrer da verdade”.

    As críticas de Nietzsche (1844-1900) ao sistema educativo de massas tal como estava a despontar no seu tempo justificavam-se porque ele via no Estado-educador e na generalização da educação estatal os principais instrumentos da vitória da moral de escravos. Para não se desviar do caminho da educação, Nietzsche adverte que “A educação pública estatal visava criar rebanhos dóceis, conformistas e ignorantes”.

    Estes grandes mestres das artes plásticas deixaram estilos, pistas e marcas capazes de romper as fronteiras do tempo e do espaço: Edgar Degas (1834-1917), o fascínio pelo balé; Edouard Manet (1840-1926), o impressionismo; Renoir (1841-1919) a sensualidade; Salvador Dali (1904-1989), o surrealismo.

    A educação que aponta para o ensino e a pesquisa das artes ajuda a construir uma vida significativa numa perspectiva social mais ampla e mais profunda. De conhecedor de artistas e estilos, o aluno passa a leitor, intérprete e crítico de todas as imagens presentes no seu cotidiano.

    “O professor tem que despertar o olhar curioso, para o aluno desvendar, interrogar e produzir alternativas frente às representações do universo visual”, afirma Fernando Hernández, professor da Faculdade de Belas Artes de Barcelona, na Espanha.

    A educação deve contribuir para que o homem desta era da metainformação e da interface selecione sites, se interesse pela diversidade cultural, saiba apreciar um som e identificá-lo, compartilhe ritmos, tenha ouvidos para apreciar uma ópera, identifique o diretor do filme, se interesse pela literatura universal, reconheça a música popular brasileira de todos os tempos, sem classificá-la como velha ou atual.

    Imagens em movimento (televisão, videoclipe, videogame, internet, cinema etc.) são chamadas de “efêmeras”. Por isso devem ser trabalhadas de maneira especial na educação. O educador tem o dever de orientar através de diversas atividades planejadas, estimulando a seleção e a crítica.

    Segundo Jean Piaget (1896-1980), “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe”.

    Edgar Morin (1921-) diz que “O professor precisa ser muito mais do que um conselheiro, deve ser uma ponte entre a informação e o entendimento, um estimulador de curiosidade para que o aluno viaje sozinho no conhecimento obtido nos livros e nas redes de computador”.
    Ivone Boechat
    PhD
    REFERÊNCIAS
    BUORO, Anamelia Bueno. Olhos Que Pintam – A Leitura da Imagem e o Ensino da Arte. São Paulo: Cortez.
    BOECHAT, Boechat. Nós da educação. Rio de Janeiro: Reproart.
    DIAS, Belidson. O I/Mundo da Educação em Cultura visual-UnB. Brasília: FAC-Cultura.
    FRANZ, Teresinha Sueli. Educação para uma compreensão crítica da arte. São Paulo: Letras Contemporâneas.
    HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed.
    MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. A língua do mundo – poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

SEGURANÇA * O prazo está esgotado. Atualize o CAPTCHA.