Números foram apresentados pelo secretário Gelso de Lima em audiência na Câmara Municipal. Ele também defendeu a Maternidade Amador Aguiar, que registra menor índice de mortalidade infantil que hospitais particulares
A rede municipal de saúde de Osasco realiza, em média, 2 milhões de atendimentos a cada trimestre. O número, que corresponde a quase três vezes a população da cidade, envolve desde consultas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) até procedimentos nas Policlínicas, incluindo ainda internações e cirurgias no Hospital Municipal Central Antônio Giglio e na Maternidade Amador Aguiar.
Esses dados foram apresentados pelo secretário de Saúde, Gelso de Lima, em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Osasco na quarta-feira, dia 8 de abril. Convocada pelo presidente da Comissão de Saúde e Promoção Social do Legislativo, vereador Carlos José Gaspar, ela teve como objetivo a apresentação de relatórios sobre financiamento das ações em saúde nos 3º e 4º trimestres de 2008, atendendo o que determina a Lei Federal nº 8.689/93.
A apresentação técnica foi feita pelo assessor da secretaria de Saúde Jair Matos. Em seguida, o secretário respondeu perguntas dos vereadores e do público.
Além do volume total, os números individuais de unidades e programas de saúde da cidade impressionam. Somente no Hospital Central são realizados 22,6 mil atendimentos, 1,4 mil internações e 560 cirurgias por mês. E, na Maternidade Amador Aguiar, são mais 433 partos, 2,6 mil consultas e 136 cirurgias mensais. Na Policlínica da Zona Norte são realizados, em igual período, 22,7 mil atendimentos em especialidades, enquanto na zona Sul, outros 5,1 mil.
O PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) atende uma população de 403 mil habitantes no entorno de 15 unidades de saúde, ao mesmo tempo em que o PAD (Programa de Atendimento Domiciliar) acompanha 320 pacientes.
E as ações em saúde não param por aí. A Casa da Mulher presta 1,5 mil atendimentos ambulatoriais por mês. Nesse mesmo intervalo, 4,6 mil socorros são prestados pelo Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), 6,8 mil pacientes passam pelo INCOR/Osasco e 1,5 mil pessoas compram remédios, com até 90% de desconto, nas duas unidades da Farmácia Popular da cidade.
“Mais importante que os números, que são elevados mas muito frios quando analisados isoladamente, é importante destacar as ações que realizamos para melhorar o atendimento. Com uma dimensão dessas, é inimaginável que não tenhamos falhas, mas estamos aprimorando constantemente nosso trabalho”, explicou o secretário.
Como resultado dessas ações, ele antecipou outro importante dado. “Ainda não podemos falar em números oficiais, pois eles serão divulgados pela Fundação Seade, mas já fechamos números, comprovados pelo Comitê de Mortalidade Infantil da cidade, apontando que, em 2008, Osasco registrou o menor índice de mortalidade infantil de sua história”.
Além disso, Osasco registrou, até agora, apenas 2 casos de dengue este ano, e ambos importados da Bahia. “Isso mostra a eficiência do trabalho dos agentes comunitários, de saúde e de combate à dengue”.
Gelso cobrou ainda, do governo do Estado, que assuma suas responsabilidades no setor da saúde, principalmente na realização de atendimentos de média e alta complexidade. “Hoje, a maternidade Amador Aguiar é a única que atende casos de alto risco porque o Hospital Regional, que é do governo do Estado, deixou de prestar esse atendimento. E nem somos credenciados, no Ministério da Saúde, para receber repasses por esses serviços. Além disso, temos que insistir muito para que o Regional aceite vítimas de acidente vascular cerebral hemorrágico, pois a maioria necessita de cirurgias que não são realizadas no Hospital Central”.
Gelso também falou sobre as obras em andamento no setor. Os trabalhos no PS do Jardim D´Abril, que foram paralisados por problemas envolvendo a prestação de contas em gestão anterior, devem ser retomados em julho. Já a UBS do Jardim Aliança começa a funcionar no final de maio. “Estamos só aguardando a conclusão das obras de canalização do córrego que corta o bairro”, afirmou.
Junto com o superintendente da Maternidade Amador Aguiar, Egidio Malagoli Filho, o secretário defendeu ainda a unidade de saúde, que foi alvo de reportagem falha e tendenciosa veiculada pela Rede Bandeirantes de Televisão, no mês passado, que creditou à maternidade os óbitos infantis registrados em todas as unidades de saúde, inclusive particulares, da cidade.
“Dos 7403 partos realizados em Osasco, no ano passado, 4784 foram feitos na maternidade municipal, o que representa 64,4%. E, dos 131 óbitos infantis registrados nesse período, 50 aconteceram na maternidade. Por isso, embora nenhum óbito seja justificável, posso dizer que morrem muito mais bebês na rede particular e em outros serviços de saúde de Osasco que na Maternidade Amador Aguiar”, comparou.
Já o superintendente da unidade falou sobre os dois óbitos maternos, registrados na unidade, no ano passado. “Foram casos atípicos, em que as pacientes não apresentaram qualquer sintoma durante a gestação, pois os exames de pré-natal estavam todos normais. Uma delas evoluiu para um quadro de hipertensão durante o trabalho de parto e a outra teve problemas envolvendo a placenta. Infelizmente, foram casos em que nada poderia ser feito, nem na maternidade e nem em qualquer outra unidade de saúde”, explicou.
Também participaram da audiência o coordenador de Combate às Enchentes, Delcides Regatieri e a Coordenadora de Gênero e Raça da Prefeitura, Sônia Rainho; o presidente da Câmara Municipal de Osasco, Osvaldo Vergínio; o líder do prefeito no Legislativo, Aluísio Pinheiro; os vereadores João Góis, Valmir Prascidelli, Rogério Lins, André Saco, Josias da Juco, Cláudio da Locadora e Ana Paula Rossi.