A Prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria de Assistência e Promoção Social (SAPS), promoveu na quinta-feira, dia 9 de junho, uma atividade do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). O encontro aconteceu embaixo do Viaduto Metálico Reinaldo de Oliveira e reuniu mais de 200 participantes, que realizaram bandeiraço, distribuíram material com orientações para população e ainda conversaram com munícipes sobre a importância do tema.
O evento foi programado para comemorar o dia 12 de junho, data da Campanha Mundial Contra o Trabalho Infanti e uniu membros da comissão do PETI, representantes da Saúde, Educação, Guarda Civil Municipal (GCM), JUCO (Juventude Cívica de Osasco), bem como jovens do ProJovem Adolescente e idosos do CATI (Centro de Atenção à Terceira Idade).
Para a coordenadora do PETI, Deborah Cristiane de Jesus Santos, o caminho é longo para erradicar o problema. “O evento é uma sensibilização de Osasco na luta contra o trabalho infantil. Nossa batalha deve-se muito ao trabalho infantil doméstico, que é uma atividade velada. Quando uma criança cuida de outra criança e a mãe ou o pai saem para trabalhar e a deixam cozinhado ou cuidando da casa, fazendo com que a criança abra mão da escola é caracterizado como trabalho infantil, porque isso influencia as atividades ditas normais da etapa de desenvolvimento de uma criança”, afirmou.
Ela também fez algumas ponderações para explicar o assunto. “Lavar louça, dobrar roupas ou varrer a casa ajudando nas tarefas familiares sem interferência nas atividades primordiais de educação e acesso à cultura não é trabalho infantil”, comentou. Segundo Deborah, hoje existem 70 crianças sendo assistidas pelo PETI nos CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do município. Ela explicou ainda que a cidade conseguir reduzir o número de crianças nas ruas e nos faróis pedindo esmolas ou trabalhando com malabares, mas a coordenadora enfatiza que muitos vêm de outras cidades buscando oportunidade de trabalho.
Dona Rosa Garcia Oliveira, de 73 anos, moradora do Santo Antonio e atendida pelo CATI, expôs sua opinião e fez uma análise dos tempos antigos e rigorosos de sua educação com os dias atuais. “É muito injusto que as crianças tenham que trabalhar. Elas devem estudar, para quando forem adultas poderem usar o que aprenderam. Precisamos entrar nessa luta contra o trabalho infantil porque isso havia no meu tempo e foi herdado, mas é uma cultura ruim e que prejudica o desenvolvimento da criança”, disse.
A sintonia do discurso entre as gerações é afinada e Thaís de Campos, de 15 anos, atendida pelo PETI, também defendeu a opinião de Dona Rosa. “A criança pode trabalhar desde que se identifique com a atividade. Não deve ajudar levando dinheiro para casa. Cumprir as tarefas do dia-a-dia da vida familiar ajuda a criança a criar responsabilidade e respeito, mas deve ser feita de vez em quando e só”, avaliou.
O colega atendido pelo Projovem Adolescente, Alex Nascimento Ferreira, de 17 anos, também é defensor da posição. “É bom as pessoas saberem que criança não deve trabalhar. A proximidade e o diálogo com amigos e familiares podem ajudar nessa situação. O jovem tem que se divertir, fazer cursos e sempre o que for bom para ele”, declarou.
O evento também contou com a presença dos conselhos tutelares de Osasco e da assessora da SAPS, Maria Isabel Panaro, que junto de inúmeros jovens distribuíram 3 mil sacolinhas de lixo para carros nas ruas próximas ao Viaduto Metálico e interagiram com pedestres e motoristas.
Para atender casos de exploração do trabalho infantil, os telefones para contato do CREA são: 3656-01 ou 0800-7710433. O atendimento acontece de 2ª às 6ª feiras, das 8h às 17h. Para mais esclarecimentos, há ainda o Conselho Tutelar Centro (3683-5770/ Cel/plantão: 7649-2491), Norte (3656-3440/ Cel/plantão: 7548-7026) e Sul (3684-0212/ Cel/plantão: 7549-3053).