Osasco – Prefeito Emidio participa de debate sobre efeitos da crise econômica

173-ulisses-barbosa-2Evento, que também contou com a participação da Secretária de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão Dulce Helena Cazzuni, fez parte da Semana de Ciclos e Debates dos Trabalhadores de Osasco e Região

“Os efeitos da crise econômica no mundo do trabalho” foi o tema de um debate que reuniu, na noite de quarta-feira, dia 29 de abril, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, a secretária de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão da Prefeitura, Dulce Helena Cazzuni, e o técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômico), Sérgio Mendonça.

173-ulisses-barbosa-3O evento, que aconteceu no auditório do Centro de Formação dos Profissionais da Educação, fez parte da Semana de Ciclos e Debates dos Trabalhadores de Osasco e Região, realizado pela Prefeitura de Osasco em parceria com sindicatos de trabalhadores da cidade.

Abrindo o evento, Dulce explicou que, este ano, para comemorar o Dia do Trabalhador, os organizadores optaram por mudar o formato adotado em anos anteriores, com shows, priorizando atividades de discussão sobre temas de interesse dos trabalhadores.

Ela também falou sobre as ações realizadas pela prefeitura no setor. “Osasco resolveu tomar para si as decisões na área do trabalho e é uma das 34 cidades do País que municipalizaram suas políticas públicas de trabalho, emprego e renda”, disse.

Já Sergio Mendonça afirmou que a crise atual é a pior enfrentada pelo mundo desde a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929 e seus sinais mais evidentes são o aumento da taxa de desemprego e a retração do PIB (Produto Interno Bruto) em todo o mundo, incluindo o Brasil.

“Com isso, incluindo o Brasil, mesmo quem não perdeu o emprego terá dificuldades nas negociações coletivas”, explicou. “Mas, por mais que a situação esteja difícil, há possibilidades de que o Brasil saia mais rápido dessa crise que os demais países”, completou.

Também presente ao evento, o deputado estadual Marcos Martins afirmou que os trabalhadores, mesmo atravessando esse momento, não podem perder de vista suas lutas por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

O prefeito Emidio de Souza, por sua vez, afirmou que é dever de todos os dirigentes políticos e sindicais aprofundar os debates sobre a crise e, principalmente, sobre seus efeitos nas classes trabalhadoras.

Ele também falou sobre o grande desafio que o mundo tem pela frente. “Não podemos deixar acontecer como em 1929, quando a crise foi seguida por um descalabro político, com economias se fechando e o aparecimento de líderes políticos como Hitler”.

Mas afirmou ainda estar otimista quanto ao futuro. “Essa crise pegou o Brasil mais preparado. Fomos um dos últimos a sermos atingidos por seus efeitos e temos tudo para ser um dos primeiros a sair dessa turbulência”, disse. Dentre os fatores que estão a favor do País, segundo Emidio, figuram seu potencial para geração de energia limpa, cuja demanda vem crescendo em todo o mundo, e também a descoberta de novas reservas de petróleo na camada pré-sal, já que esse tipo de matéria-prima, embora cada vez mais escasso, ainda deverá continuar sendo usado, em todo o mundo, pelos próximos anos. “O País está sabendo enfrentar essa crise. Estamos no caminho certo, mas ainda há muito a fazer”, finalizou.

Os sindicalistas Jorge Nazareno, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, e José Elias de Góis, presidente do Cissor (Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social de Osasco e Região) também compuseram a mesa e falaram sobre a importância da atividade sindical no período de crise.

O secretário de Governo, Jorge Lapas, também prestigiou o evento, que encerrou a Semana de Debates. A programação incluiu ainda, no último dia 25, a discussão “Trabalho Decente e Inclusão das Pessoas com Deficiência”, realizado no Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e que reuniu Lucíola Rodrigues Jaime (do Ministério do Trabalho), Ivan Gonçalves Alvarado (da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas), Vera Lucia Leite de Oliveira (do Núcleo Regional 2 do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e Sumiko Shimono (Consultora de Inclusão).

Já no dia 27, o tema foi “Reforma Trabalhista e Previdenciária”, debatido pelo deputado federal João Paulo Cunha, por Marcos Verlanin (representante do Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e pelo Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. O evento aconteceu na subsede de Osasco do Sindicato dos Bancários.

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Estudo da secretaria mede impactos da

crise no mercado de trabalho de Osasco

A Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão elaborou um estudo sobre os impactos da crise econômica internacional no mercado de trabalho de Osasco. O estudo releva que no período de novembro de 2008 a janeiro de 2009, quando seus efeitos foram mais intensos, a cidade registrou um saldo negativo de 5935 vagas, seguindo tendência registrada no Estado e no País.

Nesse mesmo intervalo entre 2007 e 2008, o saldo fora positivo de 1033 postos de trabalho.

Na análise por subsetores de atividade, o estudo revela que Administração Pública apresentou um saldo negativo de 2.060 postos, o que significou uma participação relativa na composição total do saldo negativo de empregos de 34,4%. A seguir aparecem os trabalhadores dos Serviços Técnicos Profissionais, com saldo negativo de 1.937 vagas.

Por “família ocupacional”, a movimentação do mercado mostrou que dez delas responderam por 56% do saldo negativo acumulado no trimestre. Os Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares de administração apresentaram o maior saldo negativo (-680 vagas), sendo que no setor de serviços esse saldo foi ainda maior (-726 postos). Os professores de nível médio no ensino fundamental vêm a seguir, com um saldo negativo de 599 postos. Alimentadores de linha de produção apresentaram o terceiro pior saldo (-399 postos). Deste resultado, 80,2% estavam presentes na indústria.

Por faixa etária, o comportamento foi desfavorável para todos os grupos, com exceção dos trabalhadores com até 17 anos, segmento que apresentou saldo positivo de vagas (304 postos). Os trabalhadores com idade entre 30 e 39 anos apresentaram a maior quantidade de postos eliminados no período, com 2.094 vagas, ou 34,9% do saldo. Em seguida aparecem os trabalhadores entre 40 a 49 anos, com -1.586 postos (26,5% do total), acompanhados dos trabalhadores com idade entre 25 a 29 anos, com -1.320 postos (22,0% do total)

A análise segundo grau de instrução mostra que os trabalhadores com o Ensino Médio completo apresentaram o maior saldo negativo no trimestre de analisado. Entre novembro de 2008 e dezembro de 2009, 37,9% do saldo negativo total foi explicado pelos trabalhadores com este nível de escolaridade. Foram -2.271 vagas.

O levantamento mostra ainda que, por gênero, o mercado foi menos favorável aos homens, que apresentaram um saldo negativo de 3.817 postos, 63,7% do total. E, segundo tamanho de estabelecimento, houve concentração do saldo negativo de vagas nos pequenos estabelecimentos (de 10 a 19 empregados) e nos grandes estabelecimentos (1000 ou mais empregados). No trimestre de novembro de 2008 a janeiro de 2009, apenas os micro estabelecimentos (até 4 empregados) apresentaram saldo positivo (288 postos). Os pequenos estabelecimentos (de 10 a 19 empregados) apresentaram saldo negativo de 2.054 postos, 34,3% do total, enquanto os grandes estabelecimentos (com 1000 ou mais empregados) geraram um saldo negativo de 2.914 vagas. Ambos responderam por 82,9% do saldo negativo total no trimestre analisado, no município de Osasco.

Segundo faixas de salário mínimo (SM), o saldo negativo do trimestre de novembro de 2008 a janeiro de 2009 concentrou-se nas faixas de 1,01 a 1,5 salários mínimos (SM) e de 2,01 a 3,0 salários mínimos (SM). Nessas faixas foram eliminados 3.866 postos, o que correspondeu a 64,5% do saldo negativo total do período.

Seguro Desemprego

Dados do Portal do Trabalhador também mostram uma continuada elevação dos pedidos de seguro desemprego. Em janeiro de 2009, o número de atendimento para esse serviço foi de 1.235, 380% superior ao do mesmo mês de 2008 (257 atendimentos). Em fevereiro de 2009, a tendência se manteve: foram 1.315 atendimentos para esse serviço, enquanto em fevereiro de 2008 foi de 305.

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