Embora a doença esteja sob controle na cidade, conjunto de ações inclui reserva de 12 leitos no Hospital Municipal para atender exclusivamente os casos da doença, ajuda do Exército para reforçar atendimento e ações de prevenção nas escolas, além de informativos via telefone para 170 mil domicílios
A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Osasco confirmou, lamentavelmente, na tarde desta quinta-feira, dia 16 de julho, o 2º óbito na cidade relacionado à gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína.
A vítima fatal é um rapaz de 21 anos, que foi internado em um hospital da rede particular de saúde no dia 1º de julho e faleceu no último dia 11, em decorrência de pneumonia.
Como ele não viajou e nem teve contato com pessoas que viajaram ao exterior, não houve, inicialmente, suspeitas da doença e a infecção pelo vírus da gripe A só foi confirmada após o seu falecimento.
Também na tarde de ontem, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, concedeu uma entrevista coletiva na qual anunciou uma série de medidas que estão sendo adotadas pela administração municipal para combater à doença.
“A situação de Osasco não é diferente da registrada em todo o País. O que estamos fazendo é investigar muito os casos e agir com total transparência, não escondendo nenhuma informação. Além disso, estamos adotando uma série de medidas para combater a doença e tranqüilizar a população”, afirmou, acrescentando que todas as ações foram discutidas com a Secretaria Estadual da Saúde e com o Ministério da Saúde e seguem todos os protocolos para atendimento da gripe A.
Dentre elas, está a reserva de 12 leitos, no Hospital Municipal Central Antônio Giglio, para atendimento exclusivo de casos da doença. “Para isso, estamos adiando algumas cirurgias eletivas, que não têm tanta urgência. Com isso, queremos reforçar o atendimento que é prestado pelo Hospital Emilio Ribas, na Capital, que tem 20 leitos reservados para atendimentos de todo o Estado”, disse.
A prefeitura também pediu apoio do Exército para montar tendas e ampliar o atendimento nas 3 unidades de saúde com maior volume de atendimentos na cidade: o Hospital Central e os pronto socorros do Santo Antônio e Helena Maria. “Serão tendas com equipamentos e médicos para fazer uma triagem inicial dos pacientes”, explicou. Desde que foi confirmada a primeira morte em decorrência da gripe na cidade, no dia 10 de julho, o número de atendimentos na rede cresceu 30%, a maioria envolvendo dúvidas sobre a doença.
As demais ações são voltadas à prevenção. No caso específico dos profissionais de saúde, está sendo reforçada a distribuição de máscaras àqueles que atendem diretamente esse tipo de caso. Os professores da rede municipal de ensino e também das escolas particulares serão orientados a identificar, na volta às aulas, os casos suspeitos, para encaminhamentos à rede de saúde.
“Além disso, já colocamos um serviço telefônico gratuito em funcionamento, para esclarecer as dúvidas da população, e vamos disparar ligações telefônicas, aos 170 mil domicílios de Osasco, com mensagens gravadas trazendo orientações sobre a gripe A”, completou.
Foi criado ainda um comitê com representantes das redes pública e particular de saúde para unificação de ações no setor. “O importante é ressaltar que precisamos de ações conjuntas entre a cidade, o Estado, o governo federal e a rede particular de saúde para termos sucesso em nossas ações”, explicou Emidio.
O prefeito também ressaltou que a doença está sob controle na cidade e que não há motivo de alarde entre a população.
Durante a coletiva, profissionais da rede municipal de saúde e do hospital particular onde a vítima fatal foi internada também prestaram informações.
De acordo com o médico Ewandro Ruck, diretor de atendimento secundário da rede, Osasco registra 18 casos confirmados da doença, 79 suspeitos e 32 em monitoramento. Já a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria, Carmecy Lopes de Almeida, explicou a diferença entre os casos. “Suspeitos são aqueles que apresentam sintomas da doença. Já as monitoradas são aquelas pessoas que tiveram contato com pacientes que tiveram casos confirmados”.
Já a médica infectologista da Secretaria da Saúde e do Hospital Emilio Ribas, Marília Vieira, afirmou que a população também pode fazer sua parte nessa luta, adotando medidas para prevenção da doença. “Devemos seguir o que chamamos de etiqueta da gripe, ou seja, usar sempre um lenço quando tossir ou espirar e lavar constantemente as mãos. Também é importante evitar aglomerações”, disse.
Também participaram da entrevista coletiva o vice-prefeito Faisal Cury, o secretário municipal de Saúde, Gelso Lima, e a diretora de saúde pública da Secretaria, Mirtes Fernandes.