SÃO PAULO – Os metalúrgicos da Amsted-Maxion, de Osasco, decidiram nesta sexta-feira (19), em assembléia, suspender a greve iniciada na última terça-feira (16). “Os trabalhadores decidiram voltar ao trabalho para dar um crédito aos juízes”, explica João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical. Os funcionários pedem que não hajam demissões por conta da crise financeira internacional. “Como não houve acordo, os juízes vão interpretar nossa atitude como positiva”, comenta.
Nos próximos dias, haverá um julgamento no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-2ª Região). O Ministério Público entendeu que a conduta da empresa mostrou que seus interesses econômicos estavam acima dos direitos da pessoa humana, reconhecendo a ação do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco como justa. A Amsted-Maxion demitiu 600 funcionários (150 por telegrama) só esta semana, levando os funcionários a protestar por meio da greve.
Nesta sexta (19), durante audiência de conciliação, o TRT propôs estabilidade de 90 dias para os grevistas, reintegração imediata de todos os cerca de 150 demitidos por telegrama, além do pagamento de todos os dias parados.
“O que nos permitiu ter esse resultado foi a nossa luta”, disse o presidente do sindicato, Jorge Nazareno. Além dele, participaram da assembléia o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT). “Nossa obrigação é enfrentar a crise e tenho certeza que o tribunal vai derrotar essa empresa para que eles entendam como a coisa funciona no Brasil”, disse o deputado.