O prefeito reeleito Emidio de Souza (PT) concedeu entrevista coletiva à imprensa local na manhã da quinta-feira, dia 9, em seu gabinete. Ele falou sobre o curso eleitoral e analisou que a campanha política foi intensa, porém mantida dentro dos padrões da normalidade, classificando-a como um “processo tranqüilo”. “O reconhecimento demonstrado pela população, que me conduziu ao segundo mandato, me dá muita energia para continuar trabalhando ainda mais pela cidade”, disse.
Sobre a formação do novo governo, afirmou que no momento sua atenção está voltada à preparação do orçamento do município para 2009 e ao apoio que vai levar aos companheiros de partido, que irão enfrentar o segundo turno das eleições, principalmente nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo e Guarulhos. “Devo começar a estruturar o novo governo antes do final deste ano”, adiantou.
Questionado sobre as alianças que sua candidatura teria de negociar caso a decisão do pleito fosse protelada para o segundo turno, Emidio disse que a vitória obtida já envolve uma aliança, referindo-se aos 13 partidos (PT, PTB, PRB, PPS, PSL, PRTB, PV, PR, PRP, PCdoB, PSB, PHS e PSDC) unidos em sua coligação, citando ainda que a aliança que o elegeu estava com três dos quatro deputados da cidade, Marcos Martins (estadual), João Paulo e Claudio Magrão (federais). “O governo está livre das amarras de ter de negociar com outros partidos que não compuseram conosco desde o início”, concluiu.
Quanto à nova composição da Câmara Municipal, com a troca de quase 50% dos vereadores, o prefeito mostrou-se tranqüilo, lembrando que sua coligação elegeu 15 dos 21 vereadores. “E ainda temos um diálogo muito tranqüilo com os que foram eleitos por outras alianças”, afirmou. Ele disse que a decisão a respeito do futuro presidente da Casa é de responsabilidade dos vereadores. “Tenho uma maioria e vamos nos reunir. Foi uma renovação muito grande , por isso temos que saber o que os novos pensam. É uma situação nova”, explicou.
Questionado sobre a aproximação com a vereadora eleita Ana Paula Rossi (PMDB) e outros que não são de seu bloco de sustentação, Emidio disse que pretende tentar agregar o maior número possível de vereadores. “Não me nego a conversar para estender a base parlamentar. Tenho um bom relacionamento com a Ana Paula, que foi minha secretária de Promoção Social por 2 anos, e também com o Francisco Rossi”, comentou.
O prefeito Emidio mostrou reconhecer claramente a importância da presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Osasco, para apoiar sua candidatura à reeleição.
“A visita do presidente Lula teve um papel fundamental e muito me honrou, pois ele esteve apenas em cerca de 10 municípios do Brasil todo. Foi importante para nós sua capacidade de transferência de votos e sua presença, mas também sei que nosso governo foi julgado e aprovado. A soma dos dois fatores permitiu nossa vitória no primeiro turno”, disse, comentando ainda sobre a percepção que a população teve dos bons resultados e da possibilidade de desenvolvimento proporcionados pelas parceiras com o governo federal.
Outro assunto com base nos resultados das eleições, tendo em vista as novas administrações petistas em Carapicuíba e Pirapora do Bom Jesus, foi o desenvolvimento do consórcio de cidades da região Oeste, o qual Emidio disse estar em andamento, citando como primeira ação o terminal rodoferroviário no Km 21, que será feito pelas prefeituras de Osasco e Carapicuíba, atendendo mais especificamente estas duas cidades, mas beneficiando a região como um todo. “O único entrave [nos entendimentos para o consórcio] ainda é uma certa resistência de Barueri, mas vou procurar em breve o prefeito Furlan, pois vejo como proveitosa toda possibilidade de união entre as cidades e coloco a questão partidária fora desse parâmetro”, afirmou Emidio, que comentou ainda ser esta uma pauta “obrigatória” para os novos prefeitos eleitos. “O consórcio é uma figura jurídica, que pode pleitear verbas de Brasília e do governo do Estado, abrir licitações e promover contratações”, disse, esclarecendo a importância do órgão.
Indagado sobre a eleição ter sido decidida em primeiro turno, Emidio disse que esta vitória teve um “sabor especial”, que encerrou um ciclo político e firmou novos caminhos. “Não comemoro a derrota de ninguém, mas comemoro o surgimento de um novo ciclo”, afirmou.
Emidio falou ainda sobre a reforma administrativa que está em curso, com um estudo sendo levantado pelo Ibam (Instituto Brasileiro de Administração Municipal), para a prefeitura prestar melhor serviço, diminuir custeios e adequar seu quadro de pessoal. “Teremos uma reforma administrativa, mas não sabemos ainda sua extensão. Teremos fusões e extinções de órgãos, mas ainda é cedo para falarmos sobre isso”, afirmou.
Falando sobre o futuro
O prefeito reeleito de Osasco também falou que irá continuar as obras e programas iniciados, citando ações que estão dando certo, como o Recreio nas Férias e o Escolinha do Futuro e as obras de urbanização. “Vamos melhorar o que precisa ser melhorado em saúde, educação, assistência social, habitação, mas também trabalharemos as novas propostas”, disse.
“Vamos prosseguir os esforços para Osasco se tornar cada vez mais atrativa, buscando as metas que foram apontadas pelo projeto Osasco 50 Anos, que querem construir uma cidade melhor prestadora de serviços, mais solidária e acolhedora”, complementou.
Emidio falou também da continuidade e ampliação de algumas políticas recém implantadas que ainda não mostraram todo seu potencial. “São políticas que ainda apresentaram pouco resultado, mas das quais estamos seguras de sua eficiência, como o Programa Agente Comunitário da Saúde, Programa de Atendimento Domiciliar e o Remédio em Casa”, explicou.
Outros temas abordados com relação ao futuro foram a criação das subprefeituras, que Emidio fez questão de esclarecer que não serão como as atuais regionais. “Terão capacidade administrativa, orçamento próprio e resolverão problemas da população nas áreas de finanças, zeladoria e outros, como acontece hoje no Paço Municipal”, finalizou.