Destaques dos últimos dois trimestres foram a redução da taxa de mortalidade infantil e a aquisição de 15 novas ambulâncias, além do fim da fila de espera por cirurgias no Hospital Central. Já ações futuras incluem construção de 8 novas UBS, mais uma UPA e mutirão de ultrassonografia e mamografia
O secretário de Saúde de Osasco, Gelso de Lima, participou na última quinta-feira, dia 4 de novembro, de uma audiência pública da Comissão de Saúde e Promoção Social da Câmara Municipal de Osasco para prestação das contas da pasta referentes ao 2º e 3º trimestres de 2010.
A audiência, presidida pelo vereador Carlos José Gaspar, que também é presidente da comissão, foi iniciada com uma apresentação do coordenador do Fundo Municipal de Saúde, Aleto Jose de Souza, sobre o orçamento da secretaria e a produção de cada um dos departamentos e programas. Segundo ele, atualmente a Prefeitura de Osasco arca, com recursos próprios, com 80% dos custos da saúde, o que correspondeu a valores de R$51,24 milhões no 2º trimestre e R$69,13 milhões no 3º trimestre desse ano. “Estamos mantendo a média do último ano e investindo 30% do Orçamento municipal na Saúde, o dobro do exigido por lei” explicou. Outros 19,8% dos recursos vem do governo federal, enquanto o Estado colabora com 0,02%. “No 3º trimestre, por exemplo, não recebemos nada, embora nossa expectativa fosse de um repasse de R$300 mil”, disse.
Já dentre os resultados apresentados, o destaque foi a redução do índice de mortalidade infantil. Foram 10 óbitos, entre residentes na cidade, no 3º trimestre, contra 32 em igual período do ano passado, mantendo a tendência de queda registrada ao longo do ano.
Na sequência, o superintendente do Hospital Municipal Central, Ewandro Ruck, mostrou números da unidade e deu boas notícias aos pacientes.
“Estamos realizando, em média, 60 a 70 cirurgias eletivas (que não são de urgência) por mês. Com isso, acabamos com a fila espera. Outra novidade é que criamos um departamento específico para endoscopia e colonoscopia. Com isso, somos o único município, da região, que faz esse tipo de atendimento 24 horas por dia, de segunda a segunda”, relatou.
Avanços e novos projetos
Após as apresentações, o secretário passou a responder questionamentos dos vereadores, destacando os avanços obtidos na Saúde e os projetos futuros.
Uma das áreas que mais registrou progresso, segundo ele, foi a de saúde mental. “Antes, só tínhamos um CAPS – Centro de Atendimento Psicossocial. Em 5 anos, criamos o CAPS Infantil, a Emergência Psiquiátrica no PS da Vila Pestana e ainda o CAPSs Álcool e Drogas, que é um orgulho para nossa cidade”, relatou.
Outro tema abordado pelo secretário, e que já havia sido demonstrada na exposição sobre recursos financeiros, foi a falta de investimentos e parcerias com o governo do Estado. “Estamos construindo duas UPAS 24 horas, ambas com recursos apenas da União e da Prefeitura. E isso só acontece no Estado de São Paulo. Nos demais 26, o governo estadual também entra como parceiro. Outro problema é a hemodiálise. Temos 400 pacientes fazendo tratamento fora do município, mas só conseguimos transportar 40. É uma obrigação do Estado fazer clínicas para poder atender a todos em suas cidades”, completou.
Outros problemas provocados pela falta de investimentos do governo Estadual na saúde, segundo Gelso, é a falta de medicamentos de alto custo e de atendimento para pacientes em estado terminal. “Hoje, gastamos R$6 milhões por ano para comprar e fornecer medicamentos de alto custo à população, tarefa que, pela hierarquização do SUS, compete ao Estado. Esse valor equivale aos orçamentos das secretarias municipais de Esportes, Meio Ambiente e Cultura somados. O atendimento aos pacientes terminais também está sendo assumido por nós. Hoje, fizemos no PS da Ayrosa acomodações temporárias para essa pessoas. E já vamos transformar o futuro PS do Jardim D´Abril, que está sendo construído, em um pronto-socorro de retaguarda, para um tratamento mais digno a essas pessoas. Mais uma vez, vamos resolver um problema que não é nosso, mas do Estado, que não está fazendo sua parte”, relatou.
Ele também aproveitou a ocasião para esclarecer informações divulgadas por um deputado estadual recém-eleito de que ele teria conseguido trazer um AME (Ambulatório Médico de Especialidades) para Osasco, mas que a prefeitura não teria destinado um prédio para o projeto. “Isso não é verdade. Fazer uma solicitação de AME, ir ao secretário estadual de saúde e tirar uma foto na qual ele demonstra boa vontade. É preciso fazer o pedido aos órgãos gestores, que no caso da região é a Rota dos Bandeirantes, que decide para onde vão os novos AMEs. Aqui na região, foi definido que eles iriam para Itapevi e Carapicuíba. Nós fizemos solicitação ao órgão e somos o 8º suplente. Portanto, se o futuro governador decidir manter esse projeto, Osasco será contemplada. E, para isso, já disponibilizamos para receber nosso AME o prédio da Policlínica Zona Sul, por ordem do prefeito Emidio de Souza, e que inclusive poderá ser reformada por nós caso haja necessidade”, disse.
Novas unidades
O secretário também falou sobre novas unidades para a rede. No último sábado, dia 7, foram iniciadas as obras da UBS do Parque do Palmares. E, atualmente, a secretaria busca um prédio, no Jardim Novo Osasco, para abrigar a Casa da Mulher da zona Sul. “Ela seria instalada no PA do bairro, mas como ele está realizando uma média de 100 atendimentos diários, vamos mantê-lo e estamos buscando uma alternativa”.
Além disso, no início de dezembro começam as obras de uma nova UBS no Jardim Helena Maria, visando substituir o prédio atual, que não possui condições de acessibilidade. Mas não para por aí. “As obras da UPA 24 horas do Jardim Conceição começam no próximo mês e, por meio do PAC 2, do governo federal, inscrevemos projetos para construir 8 novas UBS. Elas vão substituir todas as unidades que hoje funcionam em prédios locados e totalmente inadequados. E também por meio do PAC 2 vamos construir uma UPA 24 horas na região central, para atender os casos de urgência, permitindo que o Hospital Central seja transformando em uma unidade de referência e retaguarda para a rede”, enumerou.
Outro avanço registrado por Gelso foi a aquisição de novas ambulâncias. “Somente para o Samu, recebemos mais 5, sendo uma com UTI. E para o transporte social e inter clínicas são mais 15 novas”.
Mais um benefício para a população será a UTI Pediátrica do Hospital Central, que começa a funcionar em breve. “Ela já está pronta e só não foi inaugurada ainda porque estamos com dificuldade de contratação de RH. Precisamos de 112 profissionais entre médicos, enfermagem e administrativo”, disse.
Por fim, o secretário anunciou a realização de mutirões para exames de imagens, que por problemas administrativos apresentavam fila de espera, como ultrassonografias e mamografias.
E finalizou a audiência com um balanço positivo do setor. “Tenho certeza de que não fizemos tudo, mas a Saúde de Osasco vem melhorando cada vez mais”.
Também participaram do evento os vereadores Aluísio Pinheiro, João Gois, Toniolo, Andre Sacco, Rubens Bastos e Valmir Prascidelli, além do secretário adjunto de Saúde, Maurício Rosa; da diretora de Saúde Pública da secretaria, Mirtes Fabricanti; da diretora de Atendimento Primário, Solange Silva; da coordenadora da Policlínica Zona Norte, Regina Silva Souza, do coordenador do Samu, Francisco de Araújo, e da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Regina Martinez, dentre outras autoridades.