Uma comitiva formada pelas pernambucanas Maria Severina da Silva e Maria de Fátima da Silvia, pelas bolivianas Maria Helena Peredo Arispe e Elizabeth Bustos Escalera, membros da Organização Interação, Grupo de Poupança Comunitária, esteve em Osasco na última sexta-feira, 26, visitando projetos habitacionais construídos na cidade em parceria com o governo Federal. Elas chegaram de uma visita à África do Sul, acompanhadas por Ana Paula Barreto, da Organização Interação.
Trazida ao Brasil pela Organização Interação, a Poupança Comunitária consiste na formação de grupos, que guardam economias em uma conta comum, com o objetivo de construir casas e promover melhorias nas áreas onde vivem. Todos os recursos são gerenciados pelos próprios moradores, que escolhem inclusive tesoureiros para administrar as finanças.
Na sexta-feira, a comitiva foi recebida pelo secretário adjunto de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Nelson Matias, por poupadores e pelos líderes comunitários Alexsandro Moraes da Silva, dos Portais, e Claudio dos Santos Almeida, da Vila Vicentina. As visitantes conheceram as novas moradias dos Portais e do Colinas D’Oeste, a EMEIEF Colinas D’Oeste, a Casa da Cidadania e Cultura e a sede administrativa do Parque Municipal que será implantado no local. Elas aproveitaram a oportunidade para falar sobre as experiências de suas cidades e ficaram impressionadas com o trabalho desenvolvido em Osasco. “Essa visita fortalece nosso grupo no processo de organização que acontece em Cochabamba. Aprendemos muito com Osasco”, disse a boliviana Maria Helena Peredo Arispe.
Durante o encontro, Nelson Matias falou sobre os programas Minha casa Minha Vida, e os PAC 1 e 2, e destacou que para a realização dos projetos é preciso ter a mobilização da comunidade aliada a um governo democrático. “Existem várias formas de se conseguir recursos, desde que a comunidade esteja organizada”, disse.
Para Claudio dos Santos, a comunidade precisa aprender a gerir seus próprios recursos. “A Poupança Comunitária é importante para a comunidade arcar com as despesas da manutenção desses prédios por meio da gestão condominial, para que o projeto não volte a se transformar em uma favela”, disse.
De acordo com Alex, nos Portais, os moradores estão fazendo visitas em condomínios onde a experiência da gestão deu certo e em locais em que não obteve sucesso. “É preciso ter zelo e organização. O poder público está fazendo sua parte e o nosso compromisso é manter o que foi entregue”, disse.