A Secretaria de Saúde realizou, na última quinta-feira, dia 11 de março, a palestra “Prevenção às Doenças Renais e Doação de Órgãos”, com o médico nefrologista Reginaldo Carlos Boni, diretor do Serviço de Captação de Órgãos e Tecidos da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O encontro integrou a programação da Semana Municipal de Prevenção às Doenças Renais, que aconteceu entre os dias 8 e 13 de março.
Willians de Souza, presidente da associação de renais crônicos e transplantados Viver Intensamente Doando Órgãos (VIDO), deu início ao evento falando sobre a importância de sua realização: “Para nós, que trabalhamos com pacientes renais crônicos, este momento é muito gratificante, pois atender às suas necessidades e tentar, assim, melhorar a qualidade de vida deles, é essencial”.
Também presente ao evento, Washington Luis Corrêa, médico nefrologista da Unidade de Nefrologia de Osasco (UNASCO), falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos pacientes renais crônicos, que vão desde a passagem pela hemodiálise até a espera por um transplante de rim, e destacou a importância da prevenção: “Engajar a sociedade na luta pela prevenção às doenças renais é o mais importante passo para a melhora na qualidade de vida”.
Já de acordo com o secretário de Saúde, Gelso de Lima, a semana de prevenção é um momento em que a sociedade deve parar para refletir sobre o que são as doenças renais e por quais dificuldades passam os que sofrem com elas. “A preocupação do nosso governo é priorizar a prevenção e a atenção básica. Tenho certeza de que nós estamos no caminho certo e vamos lutar por isso até o último dia de nosso governo”, afirmou.
Em seguida, Reginaldo Boni deu início à palestra, que explorou o tema da doação de órgãos. “O grande problema hoje não é achar doador, mas fazer com que os médicos diagnostiquem que uma vítima teve morte encefálica. Somente quando há morte encefálica é possível fazer a retirada do órgão. Por falta desse diagnóstico, de cada 5 potenciais doadores, acabamos com apenas 1, e esse é o grande empecilho para efetivar as doações hoje em dia”, explicou.
Segundo ele, o processo para a doação envolve também – além do diagnóstico de morte encefálica – uma entrevista familiar, pois hoje o que vale é o que a família decide. “Por isso é muito importante discutir a doação enquanto estamos vivos, conversar com a família e os amigos. Não há como discutir depois de morto”, frisou. Ele explicou ainda o funcionamento do sistema de distribuição de órgãos no Brasil e no Estado de São Paulo, além do processo de treinamento e capacitação de profissionais para atuarem na área.
O evento foi realizado na sede do Simtratecor (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Ramo de Transportes de Empresas de Cargas de Osasco e Região). Este foi o primeiro ano em Osasco que a Semana de prevenção às Doenças Renais foi realizada.
Também estiveram presentes os vereadores Valmir Prascidelli, autor da lei que instituiu a Semana de Prevenção no calendário oficial da cidade; Aluisio Pinheiro, e Ana Paula Rossi.