A Secretaria de Assistência e Promoção Social e a Coordenadoria da Mulher e Promoção da Igualdade Racial, órgãos da Prefeitura de Osasco, promoveram no dia 10, data em que se comemora o dia Internacional dos Direitos Humanos um seminário para debater o tema, tendo como foco a “Mulher”. O evento que aconteceu no Espaço Cultural Grande Otelo, também encerrou a campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.
A mesa foi composta pela secretária de Assistência e Promoção Social, Gilma Rossafá, a advogada e ativista do Movimento Feminista, Maria Amélia de Almeida Teles e a doutora Eva Alterman Blay, que é membro do Núcleo de Estudos da Mulher e Relação de Gêneros da USP-SP.
Na abertura, após a apresentação do músico e compositor de MPB Chico Neto, a secretária Gilma explanou os resultados da campanha. “Pela primeira vez aqui em Osasco foi realizada a campanha dos 16 dias de ativismo. E destaco a grande participação dos homens, que são servidores da Prefeitura, principalmente os da Secretaria de Obras. Outro destaque foi o engajamento da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal. Com isso, quebra-se o estigma de que assunto de mulher só se trata com mulher. Os homens estão aderindo a nossa luta” afirmou.
Além de resgatar vários fatos históricos que marcaram a luta pela igualdade feminina, a palestrante Eva Blay disse que a mulher foi excluída dos Direitos Humanos, em um acordo que buscava recuperar a dignidade das pessoas após a fim da 2º Guerra Mundial. E que apenas em 1993, com a reformulação dos Direitos Humanos começam a ser tratadas as condições da mulher e da violência. Lembrou também que em 1985, foi criada a 1º Delegacia de Defesa da Mulher e que a Lei Maria da Penha surge em 2007, fortalecendo os diretos da mulher.
Ela destacou que ainda há desigualdade social entre homens e mulheres no campo profissional. “Hoje, na área de educação são 95% de mulheres, e em enfermagem são 99%. Já na área mais remunerada que é engenharia somos apenas 5%”, explicou. “Devemos preparar as meninas para irem ocupando os espaços que temos por direito” aconselhou.
Ainda no evento, a palestrante Maria Amélia chamou a atenção para a luta. “Na violência contra a mulher, o Estado tem que meter a colher, porque nós vamos lutar para desenvolver as políticas públicas para as mulheres, acolhendo e atendendo as mulheres vítimas de violência, e intensificando a campanha de prevenção” afirmou.
Amélia resgatou ainda o período da Ditadura no País. “As mulheres sempre lutaram e denunciaram. Hoje, se existe desaparecido político é porque mãe, esposa e irmã denunciaram. Rosalina Santa Cruz nunca se calou, denunciando o desaparecimento de seu irmão”, lembrou.
A platéia também participou do tema, debatendo, questionando e tirando dúvidas, sobre direitos e como agir em caso de violência. O público recebeu uma cartilha contendo a história da luta da mulher e a Lei Maria da Penha.
A secretária Gilma encerrou as atividades dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. “Estamos fechando uma etapa da luta, mas as ações continuam em nossos trabalhos, que são realizados no Fórum Intersetorial que envolve várias secretarias e é gerenciado pela Coordenadoria da Mulher e Promoção da Igualdade Racial” concluiu.