Em evento realizado na sede da APM, profissionais das redes pública e particular receberam informações sobre como dispensar o anti-viral Oseltamivir
A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Osasco promoveu na noite de segunda-feira, dia 17 de agosto, um treinamento para profissionais de saúde, das redes pública e particular, sobre o tratamento ambulatorial da gripe A (H1N1).
O evento foi realizado na sede da APM (Associação Paulista de Medicina) Regional Osasco e reuniu médicos e enfermeiros. Além de informações gerais sobre a doença, os profissionais receberam orientações sobre a dispensação do anti-viral Oseltamivir (conhecido comercialmente como Tamiflu).
A exposição foi aberta pelo médico Ruy Cordeiro, coordenador da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, que ressaltou o fato de toda a comunidade médica estar diante de um novo tipo de vírus, sobre o qual não existem muitas informações. “A única certeza é que seu índice de mortalidade não é maior que o da gripe comum. No Estado de São Paulo, a taxa é de 0,18 para cada 100 mil habitantes”, explicou.
Em seguida, falou sobre os números da doença em Osasco. “Tivemos, até agora, 481 casos notificados. Desses, 428 estão encerrados. Temos ainda 34 casos em monitoramento e registramos 7 óbitos”, relatou.
Ele também destacou os atendimentos registrados nas tendas, cedidas pelo Exército, e onde é feita a triagem de casos de pacientes com sintomas de gripe no Hospital Municipal Central Antônio Giglio e nos Pronto Socorros do Jardim Santo Antônio e Helena Maria. Os “picos” aconteceram nos dias 8 de julho, logo após o início dos atendimentos, com 186 pacientes; e em 1º de agosto, quando foi anunciado o início do tratamento ambulatorial com distribuição do medicamento. “Já atualmente são cerca de 90 atendimentos diários, nos três locais. Estamos apresentando todos esses números porque Osasco não tem nada a esconder”, explicou.
Outro assunto abordado foi a forma correta de dispensação do anti-viral. “A receita precisa vir, obrigatoriamente, acompanhada pelo formulário de dispensação, que deve ter o nome e ser assinado pelo médico”, orientou.
O medicamento é indicado para pacientes que apresentem sintomas da doença e façam parte do grupo de risco determinado pelo Ministério da Saúde, que inclui crianças menores de 2 anos, adultos com mais de 60 anos, gestantes, pessoas em tratamento de câncer, HIV ou transplantadas, portadores de doenças cardíacas, pulmonares ou renais crônicas e de diabetes
Ele também afirmou que, ao receitar o remédio, o médico já deve encaminhar o paciente para isolamento domiciliar e orientar para que outra pessoa vá buscar o medicamento. A entrega é feita nas três unidades de saúde onde existem as barracas de atendimento e o horário é das 9 às 19 horas. “Todos os hospitais de Osasco têm acesso ao medicamento, todos os dias da semana. E agora as Vigilâncias Epidemiológicas de todas as cidades também já contam com o Oseltamivir, para atender suas unidades”, completou.
Em seguida, foi a vez da médica Marília Vieira, infectologista da Secretaria Municipal de Saúde e do Hospital Emilio Ribas, falar sobre o atendimento e diagnóstico da doença.
“Uma parcela de 90% dos pacientes apresenta quadro clínico leve e, como principal sintoma, uma febre que dura cerca de 3 dias. Por isso, a maioria das pessoas pode ficar em isolamento domiciliar”, explicou.
Segundo ela, os casos que inspiram mais cuidados e que deve ser encaminhados ao tratamento ambulatorial são os de gestantes e os que se enquadram nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, pois possuem complicadores que podem levar a doença a evoluir de forma rápida para uma pneumonia. “Por isso, é importante auscutar esses pacientes e submetê-los a um raio-X de tórax”.
Também participaram do evento o diretor de Atendimento Secundário da Secretaria, Ewandro Ruck; a diretora de Saúde Pública da Secretaria, Mirtes Fernandes; e a presidente da APM-RO, Ana Paula Bazílio.