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Em uma atividade intersecretarial envolvendo as pastas da Educação e Promoção Social, o Fundo Social de Solidariedade e a Coordenadoria da Mulher e Promoção da Igualdade Racial, o município de Osasco realizou na tarde da segunda-feira, dia 12 de novembro, no auditório do Centro de Formação dos Profissionais da Educação, a abertura oficial dos eventos comemorativos à 8ª edição do Novembro Negro.
A apresentação de dança afro e capoeira Viva Zumbi, realizada por educadores do projeto Escolinha do Futuro, antecedeu o ato solene. A atividade cultural exaltou o orgulho negro e a história do líder Zumbi dos Palmares, que representa o marco da resistência negra contra escravidão. As atividades da agenda alusiva ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro) já haviam começado no dia 9, com uma roda temática e exposição de fotos de ícones negros, realizadas no saguão da estação Osasco da CPTM.
Conforme lembrou a coordenadora pedagógica Marilândia Frasão, em sua explanação durante o ato solene da abertura, a celebração do Novembro Negro em Osasco é um projeto de governo instituído pelo prefeito Emidio de Souza por meio da Lei 10.639 de 2005, ano de sua primeira edição. “O Novembro Negro de Osasco foi pensado nos moldes de outros bem sucedidos e se tornou tão vultuoso que para deixá-lo ainda maior foi unido às ações da secretaria da Educação”, disse, explicando que um dos objetivos da lei é incluir a questão étnico-social às diretrizes curriculares das escolas municipais da cidade. “Esse é um tema da sociedade brasileira e prepara a pessoa para entender as diferenças. Perpassa por uma democracia na qual possamos olhar a todos com o mesmo olhar de inclusão e igualdade”, explicou.
Também participando da abertura,Sônia Rainho, coordenadora da Mulher e Promoção da Igualdade Racial, destacou que fica feliz ao notar que durante o mês de novembro aumenta a procura de material de estudo a respeito da cultura afro, o que comprova, segundo ela, a amplitude das atividades que acontecem na cidade. Rainho ressaltou ainda que a agenda deste ano traz 30 atividades, todas voltadas a fazer valer a cidadania da população negra.
A secretária ea Educação, Marinalva de Oliveira, por sua vez, falou que, a cada ano, avançam as atividades referentes à consciência negra nas escolas da rede. “A lei trouxe ao currículo escolar um assunto que estava esquecido. A história retratada nos livros didáticos nos fala da colonização com foco no europeu, mas a participação africana na população brasileira, que é de grande diversidade étnico-racial, não era sequer mencionada. Mais do que a herança cultural e a análise da colonização, este evento trata do resgate da identidade do povo brasileiro”, afirmou.
Representando o prefeito Emidio de Souza na abertura do Novembro Negro, o deputado estadual Marcos Martins lembrou que as ações deste mês servem também para a sociedade enfrentar os grandes desafios da inclusão em todos os níveis, como na geração de empregos, oferta de serviços à população e o efetivo combate à discriminação. “O preconceito ainda se manifesta na nossa sociedade, em razão de 500 anos de deseducação e informações equivocadas”, ponderou.
Encerrando a atividade, as autoridades presentes descerraram a foto de Milton Santos, geógrafo, autor de cerca de 40 livros, professor e doutor honoris causa, vencedor, em 1994, do prêmio Vautrin Lud, o “nobel da geografia”. Falecido em 2001, aos 75 anos, Milton foi escolhido este ano como o 13º ícone negro do Centro de Referência da Diversidade étnico-Cultural Luísa Mahin.
Também foram entregues kits de livros que abordam a temática racial e que serão distribuídos em todas as escolas da rede municipal.
Participaram ainda do evento a secretária de Assistência e Promoção Social, Patrícia Dandalo e a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Joana D’Arc.
