Fotógrafa francesa realiza trabalho com moradores de rua de Osasco

A artista plástica e fotógrafa francesa Laura Martin esteve em Osasco, na tarde de terça-feira, dia 27 de julho, no Centro de Inclusão de Pessoa em Situação de Rua, realizando uma das etapas de seu trabalho de residência artística com usuários do centro.

A visita da artista se deu por meio de um contato do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) com a Secretaria de Assistência e Promoção Social da Prefeitura de Osasco, que indicou o Centro de Inclusão para a realização do projeto.

O trabalho desenvolvido na cidade é denominado pela artista como Teatro Imagem. Na ocasião, ela explora a expressão do gesto apresentando três situações: acolhimento, opressão e luta contra essa opressão. Conforme as pessoas constroem esses gestos, ela as fotografa. O trabalho final consiste em retrabalhar essas imagens, com recortes e sobreposições.

Laura também desenvolve projetos artísticos e sociais na América Latina, África e Europa, que exploram temáticas relacionadas à valorização do ser humano, como pessoas em situação de rua, imigrantes e encarcerados. Durante o mês que ficará no Brasil, a artista irá trabalhar também com outras instituições como a Organização de Auxílio Fraterno, Centro de Convivência e Cooperativa Ibirapuera.

De acordo com Orlando Coelho Barbosa, arte-educador do Centro de Inclusão, trabalhos como o de Laura atuam no sentido de resgatar a auto-estima de pessoas em situação de rua. “Quando se está em situação de rua, simbolicamente você não faz parte da sociedade e acaba internalizando essa situação de segregação e preconceito. A proposta de Laura trabalha justamente isso, um movimento de resgate e identificação da questão do pertencimento e apropriação da sociedade e personalidade”, afirmou.

Segundo Laura, a arte é um instrumento que ajuda a desenvolver a significação e seu trabalho tem um sentido tanto pessoal e profissional, como social. “Como artista, não quero trabalhar dentro de museus, gosto do contato com as pessoas. Ao mesmo tempo, quando crio situações e momentos em que as pessoas conseguem exteriorizar sentimentos e sensações, atuo no sentido de valorizar e desconstruir clichês e romper discriminações”, afirmou. E lembrou ainda que partir do pessoal para o coletivo é uma das características de todas as suas obras. “Nós temos a capacidade de mudar por meio da criatividade do outro. E é esse meu objetivo”, finalizou.

Ao todo, o projeto, que também tem apoio do CEAAC – Strasbourg/Region Alsace, da França, reúne 8 artistas: 2 da França, 2 da Bulgária, 2 do Marrocos e 2 do Brasil, que na etapa final, farão uma exposição coletiva no MAC-USP em 2011.

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